HISTÓRIA

domingo, 16 de fevereiro de 2014

REGRA PARA PROVA.

Regras PARA PROVA:
1. Sempre colocar nome-sobrenome e turma.
2. Não responder entre as perguntas (veja as flechas)
3. As respostas deverão ocorrer sempre após a última pergunta.
4. Pode ser usados frente e verso da folha.
5. Caso use folha separada lembrar-se sempre de por nome e ano. (mais do que uma folha, grampeie).
6. Caso responda a lápis, não será aceita nenhuma reclamação de nota.
7. Uso de corretivo em mais de uma palavra provocará desconto de nota.
8. Sempre será permitido o uso de dicionário em qualquer prova de história.
9. O esquecimento de materiais da disciplina de história provocará desconto de notas.
10.Trazer régua, borracha, caneta e lápis. Dicionário.

sábado, 16 de março de 2013



O Elefante


Era uma vez seis amigos, todos cegos, que moravam na Índia - terra dos maiores animais da terra, os elefantes. Naturalmente, sendo cegos, os amigos não tinham a menor idéia de como era um elefante.
Um dia estavam sentados, conversando, quando escutaram um grande urro.
- Acho que está passando um elefante na rua. (Disse um deles).
- Então, é nossa chance de descobrir que tipo de criatura é esse tal de elefante. ( Disse outro).
E foram todos para a rua.
O primeiro cego esticou o braço e tocou na orelha do elefante.
- Ah! - Disse para si mesmo -, o elefante é uma coisa áspera, espalhada. É como um tapete.
O segundo cego pegou na tromba.
"Agora entendo", pensou. "O elefante é uma coisa cumprida e redonda. É como uma cobra gigante"
O terceiro cego pegou uma perna do elefante.
- Bom, eu jamais iria adivinhar! - espantou-se. - O elefante é alto e forte, igual a uma árvore.
O quarto cego pegou ao lado da barriga do elefante.
"Agora eu sei", pensou. "O elefante é largo e liso, como uma parede".
O quinto cego colocou a mão numa das presas.
- O elefante é um animal duro, pontudo, como uma lança - decidiu ele.
O sexto cego pegou no rabo do elefante.
- Ora, ora! - decepcionou-se. - Pode urrar bem forte, mas esse tal de elefante é apenas uma coisinha igual a uma cordinha fina!
Em seguida, sentaram-se juntos novamente, para conversarem sobre o elefante.
- Ele é áspero e espalhado, como um tapete! - disse o primeiro.
- Não, nada disso: ele é cumprido e roliço, como uma cobra - disse o segundo.
- Não fale uma bobagem dessas! - riu o terceiro. - Ele é alto e firme, como uma árvore!
- Ah, nada disso . resmungou o quarto. - Ele é largo e liso, como uma parede.
- Duro e pontudo, como uma lança! - gritou quinto.
- Fininho e cumprido, como uma cordinha! - berrou o sexto.
E aí começaram a brigar. Cada um insistia que tinha razão. Afinal, não o haviam tocado com as próprias mãos?



 

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Estado - Nação - Território - País




 Assunto para 8 série( 9º ano)


Estado - Nação - Território - País

Estado: é a forma como a sociedade se organiza politicamente; é o ordenamento jurídico que regula a convivência dos habitantes de um país; o conjunto das instituições com seus funcionários que organizam e administram a sociedade.
Estado é uma comunidade organizada politicamente, ocupando um território definido, normalmente aonde a lei máxima é uma Constituição escrita, e dirigida por um governo, também possuindo soberania reconhecida internamente e externamente. Um Estado soberano é sintetizado pela máxima "Um governo, um povo, um território". O Estado é responsável pela organização e pelo controle social, pois detém o monopólio legítimo do uso da força (coerção).
O reconhecimento da independência de um estado em relação a outros, permitindo ao primeiro firmar acordos internacionais, é uma condição fundamental para estabelecimento da soberania. O Estado pode também ser definido em termos de condições domésticas (internas), especificamente (conforme descreveu Max Weber, entre outros) no que diz respeito ao monopólio do uso da violência (ou força).
O conceito parece ter origem nas antigas cidades-estados que se desenvolveram na antiguidade, em várias regiões do mundo, como a Suméria, a América Central e no Extremo Oriente. Em muitos casos, estas cidades-estados foram a certa altura da história colocadas sob a tutela do governo dum reino ou império, seja por interesses econômicos mútuos, seja por dominação pela força. O estado como unidade política básica no mundo tem, em parte, vindo a evoluir no sentido de um supra nacionalismo, na forma de organizações regionais, como é o caso da União Europeia.
Os agrupamentos sucessivos e cada vez maiores de seres humanos procedem de tal forma a chegarem à ideia de Estado, cujas bases foram determinadas na história mundial com a Ordem de Wetsfalia, em 1648. A instituição estatal, que possui uma base de prescrições jurídicas e sociais a serem seguidas, evidencia-se como “casa forte” das leis que devem regimentar e regulamentar a vida em sociedade.
Desse modo, o Estado representa a forma máxima de organização humana, somente transcendendo a ele a concepção de Comunidade Internacional

    Nação: um coletivo humano com características Comuns; um povo que fala a mesma língua, que tem as suas tradições, costumes e religião, ligados por laços históricos e culturais.

Nação é um termo cujo significado varia muito consoante a perspectiva política de quem a emprega, e consoante se dá maior ou menor importância aos vários fatores comumente assinalados para definir um grupo de indivíduos, ou comunidade humana, como uma nação. São esses fatores: tradições culturais comuns (onde se inclui a etnialínguareligiãomentalidade predominante, educação); diferenciação geográfica, história, e, essencialmente, um sentimento generalizado nesse grupo de indivíduos que comungam de uma mesma vontade (ou destino), apesar das diferenças individuais de cada um (diferenças essas que podem incluir muitos dos fatores acima mencionados), o que os leva a defender o seu direito de autodeterminação.

O termo, proveniente do latimnatio, era, inicialmente utilizado pelos estudantes das Universidades medievais (em que se destacava a Universidade de Paris - Sorbonne), que se organizavam em grupos com esse nome, devido ao fato de terem proveniências diversas. Em cada nação falava-se a língua materna dos estudantes, sendo estes regidos pelas leis dos seus próprios países.

Com a revolução francesa, o termo "nação" foi utilizado para identificar o povo. É nesta acepção política que emergem os Estados- nação europeus.

Muitas vezes, o nacionalismo (como sentimento comum de uma comunidade humana) entra em conflito com os estados formados institucionalmente, o que leva a lutas políticas, guerrilhasterrorismo (consoante o ponto de vista: por exemplo, vários países - não obstante a dura repressão do governo indonésio - consideravam a guerrilha timorense como terrorismo, o que em Portugal - e agora que Timor-Leste se definiu como estado - não era de forma alguma aceite, tendo em conta o apoio institucional dado a este movimento de libertação nacional)... Isso verifica-se em comunidades várias: os curdos, os bascos, etc...

 Território: é a base física sobre a qual um Estado exerce sua soberania; o território é delimitado por fronteiras políticas. O território de um país é formado pelo solo continental e insular (cercado de águas, como uma ilha), o subsolo, o espaço aéreo e o território marítimo.
 País: podemos definir país como um território politicamente delimitado por fronteiras com unidade político- administrativa (Estado), habitado por uma comunidade (nação) com história própria representada.

Um país, de uma forma geral, é um território social, política, cultural e geograficamente delimitado. A maioria dos países é administrada por um governo que mantém a soberania sobre seu povo e seu território, garantindo assim o bom funcionamento e a ordem do fluxo de atividades que envolvem a sua economia e a sua sociedade.

A definição de país não é necessariamente compatível com as definições de reino, império, república, nação e Estado, mas na atualidade, independentemente da forma de governo adotada, todos os Estados soberanos são considerados países.

 

 

 

Fonte:


 

Palavras sublinhadas ou em destaque :

http://pt.wikipedia.org/
 

 

domingo, 17 de fevereiro de 2013

PRÉ- HISTÓRIA



Conhecendo o homem da pré-história

 
 Figura 1 – Imagem de um chuveiro                                        Figura 2—Talheres                                      Figura 3 —Vestuário

 

 



Figura 4 – Imagem de um fogão

 
 
 



- Vocês já imaginaram como seria nosso dia-a-dia se não houvesse esses objetos e vestimentas?

- Há quanto tempo vocês acham que eles existem?

- Como será que foram inventadas?

- Houve um tempo em que eles não existiam.

- Como será que era a vida das pessoas quando não existiam?

Hoje, aprenderemos como era a vida destas pessoas que viveram em uma época chamada pré-história!

 vídeo “Pré-história – Parte 1 Período Paleolítico" . O vídeo tem a duração de cinco minutos e meio, e aborda a temática da pré-história, explica o que foi tal época e como os seres humanos viviam.


 Imagem do vídeo “Pré-história”


- Vocês entenderam como foi o período da pré-história?

- Quem poderia me falar o que entendeu desse período?

- Como os homens se alimentavam?

- Por que será que eles eram nômades (não fixavam moradia em um único lugar)?

- E os animais, será que também eram nômades?

- Podemos dizer que eles inventaram as vestimentas? Por quê?

- Alguém quer comentar algo sobre o vídeo, ou tem alguma dúvida?

Curiosidades


 1: As primeiras pessoas que habitaram à terra são chamadas de “homens pré-históricos”

 2: Os dinossauros já haviam sido extintos quando esses homens habitaram a terra.

 3: As casas ficavam em buracos nas pedras e montanhas e eram denominadas de cavernas.

 4: O modo de vida desses homens eram muito diferentes dos que temos hoje.

 5: Foram os homens pré-históricos que inventaram o fogo.

 6: Os homens da pré-história se alimentavam de frutas, raízes e animais.

 7: No início, os homens da pré-história não construíam casas e nem plantavam alimentos.

 8: Eram nômades, viviam em um determinado lugar por um período e depois se mudavam em busca de mais alimentos.

 9: Os homens da pré-história aprendeu a falar, desenhar, plantar e construir moradias.

 10: De acordo com pesquisadores, o homem existe há cerca de 100 mil anos!

 11: O início da escrita teve início com os desenhos dos homens da pré-história.

 12: A vida dos homens da pré-história era muito diferentes da que temos hoje, mas as principais mudanças ocorreram com eles, os homens da pré-história!

 13: A agricultura é criação do homem da pré-história

 14: A caça e a pesca foram criadas pelo homem pré-histórico

 15: O período da pré-história é compreendido entre os anos 12.000 a.C à 4000 a.C

 16: O homem da pré-história aprendeu a polir a pedra, e a partir disso criou instrumentos de caça e pesca

 17: Os primeiros grupos e aldeias foram criados perto de rios

 18: Há dois períodos na época da pré-história denominados de: Neolítico e Paleolítico

 19: Durante o período neolítico, os homens começaram a divisão de tarefas, tais como: as mulheres cuidavam das crianças e da agricultura, e os homens dedicavam-se á caça

 20: A divisão do trabalho e a diferenciação social tiveram início nessa época

 21: As trocas entre produtos tiveram início durante o período Neolítico

 22: Não havia moeda

 23: O homem da pré-história desenvolveu técnicas de tecelagem

 24: As primeiras roupas foram criadas na pré-história para que o homem se protegesse do frio e de possíveis machucados

 25: Roupas de lã negra e de pele de cabra foram inventadas pelo homem da pré-história

 26: O homem do Paleolítico não acreditava em deuses, mas sim na força da natureza

 27: No final do período Paleolítico o homem já morava em cavernas e caçava animais de grande porte como mamutes e renas

 28: O Paleolítico compreende o período que vai desde á origem do homem até 10 à 12 mim a.C

 29: O homem do Paleolítico usava sua razão, isto é, seu pensamento para manter sua sobrevivência.

 30: A roda foi desenvolvida pelo homem da pré-história

31: Vocês perceberam que alguns objetos que usamos até os dias de hoje foram criados pelo homem da pré-história? Quais são esses objetos?

32: As roupas, por exemplo, foram criadas por eles, mas houve mudanças na produção e no material das roupas? Quais?

33: Vocês acham que as descobertas feitas no período da pré-história (fogo, roda, agricultura) foram importantes para o desenvolvimento da humanidade? Por quê?

34: A roda, por exemplo, foi importante para a criação de quais outros “objetos” ou “instrumentos”?

35: Será que o homem da pré-história cuidava da natureza, preservando-a?

36: A evolução do homem e da maneira de se viver foram importantes? Por quê?


Ufa:
- Alguém tem alguma dúvida?

Observação: As questões  foram confeccionadas com base nas informações dos sites abaixo:




 
  Imagem do texto ‘Pré-história”


Roteiro de leitura:

- Qual é o título do texto?

- Qual é o tema central apresentado no texto?

- Qual parte te chamou mais a atenção?

 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL



 


CONTEÚDOS:

Ø A Revolução Industrial e as transformações nas formas de trabalho
Ø A Revolução Industrial de 1780 e a noção de tempo útil
Ø A Manufatura e o sistema fabril
Ø As fases da Revolução
Ø O sistema fabril e a proletarização dos camponeses

 

OBJETIVOS GERAIS

Ø Analisar o auge do longo processo capitalista que culminou na Revolução
    Industrial que se consolidou entre 1760 e 1870.

 

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Ø Definir a grande transformação que a máquina a vapor proporcionou
    quando introduzida na Inglaterra no século XVIII.
Ø Identificar o papel da burguesia na Revolução Industrial acentuando
    que seus lucros se multiplicaram com a Revolução.
Ø Enunciar o pioneirismo inglês através do longo processo anterior à Revolução e das inúmeras transformações tecnológicas como a maquina a vapor e as estradas de ferro.
Ø Distinguir as duas principais fases da Revolução Industrial.
Ø Debater, na Revolução Industrial, o fim do trabalho em família e a noção de “tempo útil”, que inexistia até então.
Ø Discutir a radical transformação nas relações entre os homens e o imenso abismo que se abriu entre ricos e pobres e entre países.
Ø Problematizar, de maneira introdutória, o sistema de fábricas e a proletarização cultural dos camponeses.

  

PROBLEMATIZAÇÃO

Ø Levantar a problemática do sistema de fábricas e a violenta transformação nas relações entre os homens após a Revolução Industrial esboçando, o fim do trabalho em família com a leitura, do documento do livro didático da turma, um fragmento de uma reportagem da Folha de S. Paulo, de 10 de março de 1996, da jornalista Carla Aranha Schtruk, na página 155, como estratégia para que os alunos exprimam a ideia de que ouve uma violenta transformação no modo de vida dos camponeses, quando foram proletarizados e urbanizados.

 

METODOLOGIA:

a) ESTRATÉGIAS

Ø Primeiro passo será a localização espaço-temporal falando sobre as intensas mudanças, não só econômicas e tecnológicas, mas políticas e culturais que determinarão a passagem a Idade Contemporânea no século XIX. Para tanto, procederei, com a escolha de um aluno para ler o primeiro e o segundo parágrafos do texto base “A Revolução Industrial”, do livro didático da turma, pagina 154. Incitarei a turma para imaginar como seria a vida sem as máquinas, perguntando, como eles viveriam e procurando, através de suas respostas, embarcar na discussão do conteúdo.

 
          b) RECURSOS:

Ø Utilizando-se de todos os recursos disponíveis na escola adequados a cada conteúdo (Mapas, data-show).

 

 

ATIVIDADES:

Ø Quando houver necessidade e tempo, selecionar algumas sugeridas no livro didático ou elaborar novas conforme a necessidade de cada turma e a disponibilidade de tempo quanto aos objetivos das mesmas , estes estão muito bem abordados no livro didático.

AVALIAÇÃO:

Ø Os alunos serão avaliados de foram diagnostica e processual, através das avaliações escritas, recuperações paralelas, apresentação e elaboração de trabalhos; interesse e participação em sala de aula. A avaliação também deve ser utilizada como instrumento para verificar se a metodologia utilizada pelo professor está adequada para que ocorra a aprendizagem dos conteúdos apresentados.

 

A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

                                                            Até metade do século XVII o comércio era o principal setor da economia europeia, aquele que gerava mais riqueza. A maior parte da população vivia nos campos, praticando a agricultura, e as pessoas que moravam nas cidades trabalhavam como artesãos ou em oficinas manufatureiras. Mas, a partir de 1.750, iniciou-se, na Inglaterra, um processo conhecido como Revolução Industrial. Toda a vida socioeconômica da Europa se modificou. Apareceram as maquinas industriais, que fabricavam em pouco tempo milhares de produtos padronizados. E o salário tornou-se a principal forma de pagamento para remunerar aqueles que trabalhavam nas indústrias recém-criadas. Mas a vida desses primeiros assalariados não era nada fácil. Os patrões pagavam pouco, as condições nas fábricas eram as piores possíveis. Para protestar contra esses abusos, vieram os movimentos operários, que deram origem aos primeiros sindicatos de trabalhadores. Espalhando-se por toda a Europa, Estados Unidos e Japão, a Revolução Industrial acabou consolidando o capitalismo como o principal modo de produção contemporâneo.

A GRANDE REVOLUÇÃO SOCIOECONÔMICA

O capitalismo industrial

A Partir de 1750, iniciou-se na Europa um grande processo de transformações sócio - econômicas conhecidas como Revolução Industrial. Esse conjunto de transformações influenciou profundamente a vida de milhões de pessoas em quase todas as regiões do planeta.
As pequenas oficinas dos artesãos foram sendo substituídas pelas fábricas. As simples ferramentas foram trocadas pelas novas máquinas que surgiram. As tradicionais fontes e energia (água, vento e força muscular) foram superadas pelas máquinas a vapor e pela eletricidade. A velha Europa agrária foi se tornando uma região com cidades populosas e industrializadas.

Com a Revolução Industrial, o capitalismo se consolidou definitivamente como modo de produção. A indústria passou a substituir o velho comércio na condição de principal setor de acumulação de riquezas.
As relações de trabalho também se modificaram. Milhares de camponeses abandonaram suas antigas ocupações, mudando-se para as cidades em busca de emprego nas fábricas. Surgiu, então, uma das principais oposições de classe do capitalismo industrial: de um lado, os empresários industriais (donos dos meios de produção das fábricas) e, de outro, os operários urbanos (trabalhadores assalariados das indústrias).

Etapas de crescimento da produção

Durante a Idade Moderna, a produção econômica européia passou por três etapas principais: a artesanal, a manufatureira e a mecanizada.

Produção artesanal

No artesanato, o produtor (artesão) tinha pleno controle sobre as diversas fases de produção. Ele fazia todo o serviço. Por isso não era necessária a divisão do trabalho entre diversas pessoas.
Assim, um artesão que, por exemplo, fizesse alfinetes precisaria conhecer e executar as diversas tarefas dessa atividade. Isto e, tinha de pegar um arame, endireitá-lo, cortá-lo, afiar uma ponta, colocar a cabeça na outra extremidade e dar o polimento final.

O artesão não apenas dominava o conjunto do processo produtivo. Ele também era geralmente o dono dos instrumentos de produção, incluindo a oficina, as matérias-primas e as ferramentas que utilizava.

Produção manufatureira

As manufaturas eram grandes oficinas onde predominava o trabalho manual dos operários equipados com ferramentas. As manufaturas ainda não tinham máquinas industriais, mas contavam com numerosos operários, que trabalhavam sob o comando de um gerente de produção.
Nas manufaturas surgiu a divisão do trabalho, que deu origem as linhas de operário e de montagem, cujo objetivo era aumentar a velocidade de fabricação. Nessas linhas de produção, cada operário cumpria uma tarefa específica.

No caso da fabricação de alfinetes, por exemplo, um operário puxava o arame, outro o endireitava, um terceiro o cortava, um quarto o afiava, um quinto esmerilhava a outra extremidade para a colocação da cabeça, um sexto colocava a cabeça e um sétimo dava o polimento final.
Da mesma forma que o artesanato, as manufaturas não desapareceram. Quer dizer, artesanato e manufaturas ainda continuam existindo como formas de produção.

Produção mecanizada

Esse estágio surgiu através da combinação de dois elementos: o aperfeiçoamento dos métodos produtivos e o avanço técnico que resultou na invenção e desenvolvimento de máquinas industriais.
A produção mecanizada (maquinofatura), isto e, baseada em máquinas, levou a substituição de varias ferramentas e do próprio trabalho de muitos operários.

O estágio da produção mecanizada foi característico da Revolução Industrial.

A Inglaterra e o pioneirismo industrial

A Revolução Industrial começou na Inglaterra. Os principais fatores que favoreceram esse pioneirismo industrial inglês:

• Acumulo de capitais: a Inglaterra tinha a mais importante zona de livre comércio da Europa, sobretudo depois da Revolução Gloriosa. A burguesia inglesa possuía, portanto, um papel social importante na vida econômica do país. Além disso, a Inglaterra contava com um sistema de créditos financeiros bem desenvolvidos desde a fundação do Banco da Inglaterra em 1694. Tudo isso permitiu a burguesia expandir O comercio marítimo (a frota naval inglesa era a mais poderosa do mundo) e acumular capitais.
• Controle capitalista do campo: O acumulo de capitais na Inglaterra levou ao controle capitalista do campo. Os donos de capitais passaram a ampliar e dirigir grandes propriedades rurais. Com a concentração da propriedade agropastoril nas mãos de capitalistas houve melhoria dos métodos de produção e aumento de produtividade, mas também a liberação de grandes levas de camponeses de suas antigas funções. Esses camponeses foram obrigados a migrar para as cidades (êxodo rural), submetendo-se, por fim, ao duro trabalha nas indústrias em expansão.
• Crescimento populacional: o aumenta da produção de alimentas e os pregressos da medicina no combate as epidemias contribuíram para o crescimento populacional. Esse aumenta populacional, associado ao êxodo rural, ampliou a oferta de mão-de-obra nas cidades. Eram trabalhadores sem outra meio de sobrevivência a não ser a trabalhar na indústria em troca de um salário miserável.
• Posição geográfica: o fato de a Inglaterra ser uma ilha situada a margem da Europa ocidental favoreceu a acessa ao comercio marítimo e a exploração dos grandes mercados ultramarinos. Além disso, O país possuía muitas jazidas de carvão, que lhe possibilitaram desenvolver indústrias baseadas no carvão. Os demais países europeus só contavam com a madeira como combustível.

O pioneirismo inglês

A Revolução Industrial começou na Inglaterra em meados do século XVIII. Várias razões explicam esse pioneirismo.

A Inglaterra foi o país que mais acumulou capital durante a Idade Moderna (século XV ao XVIII). Essa acumulação de capital iniciou-se nos tempos da dinastia dos Tudor, época em que empresários e governo obtiveram lucros extraordinários com o comércio legal, a pirataria e os assaltos praticados nas costas da Ásia, África e América. O país lucrou, também, com o comércio internacional (incluindo-se aí o lucrativo tráfico negreiro), principalmente depois de derrotar a Holanda e assumir a condição de maior potência naval do mundo.
O processo de enriquecimento inglês ganhou um novo impulso com a Revolução Inglesa. Esta deu aos capitalistas ingleses a estabilidade de que necessitavam para expandir seus investimentos e aumentar seus lucros.

Além disso, a Inglaterra firmou com outros países vários acordos comerciais extremamente vantajosos. Um desses acordos foi o Tratado de Methuem, celebrado com o decadente Reino de Portugal, em 1703, por meio do qual conseguiu taxas preferenciais para os seus produtos no mercado português Com esse acordo, Portugal endividou-se ainda mais com a Inglaterra. Para pagar sua dívida, viu-se forçado a usar a maior parte do ouro que extraía do Brasil no século XVIII. O ouro brasileiro acumulado no Banco da Inglaterra auxiliou, em muito, a arrancada inglesa rumo à industrialização.

Outra razão importante do pioneirismo inglês foi a disponibilidade de mão-de-obra. Como já vimos, milhares de camponeses, expulsos de suas terras pelos cercamentos, migraram para as cidades, compondo as levas de desempregados dispostos a trabalhar por baixíssimos salários na indústria nascente. A disponibilidade de mão-de-obra foi ainda maior quando grande parte das oficinas artesanais e manufaturas fecharam suas portas por não aguentar a concorrência com as fábricas.

Os recursos

 algumas razões menores ajudam a explicar a Revolução Industrial inglesa. Entre elas, cabe destacar:

• A existência no território inglês de grandes jazidas de carvão e ferro, matérias-primas essenciais à produção de energia a vapor e à construção de máquinas;
• A posição geográfica. O fato de a Inglaterra ser uma ilha estimulou e favoreceu o comércio marítimo inglês. Ao mesmo tempo, contribuiu para preservar seu território das intermináveis guerras que devastaram a Europa continental e que retardaram o crescimento econômico de países como a França.

 

As fases da revolução industrial

A Revolução Industrial pode ser dividida em pelo menos duas grandes fases:

• Primeira fase (1760-1860): nesse período, a Revolução Industrial ficou limitada, basicamente, a Inglaterra. O grande destaque foi o desenvolvimento da indústria de tecidos de algodão, com a utilização do tear mecânico. Além disso, o aperfeiçoamento das maquinas a vapor teve extrema importância para a pra progresso das fábricas.
• Segunda fase (1860-1900): a Revolução Industrial espalhou-se pela Europa central e oriental, atingindo países como Bélgica, França, Alemanha, Itália e Rússia. Alcançando outros continentes, o processo de industrialização chegou aos Estados Unidos e ao Japão. Nesse período, as principais inovações técnicas foram a utilização do aço, superando o ferro, a aproveitamento da energia elétrica e dos combustíveis petrolíferos, a invenção do motor a explosão, da locomotiva, do barco a vapor e a desenvolvimento dos produtos químicos.

As consequências da Revolução Industrial

Para desenvolver suas indústrias, os empresários queriam liberdade econômica, ampliação dos mercados consumidores e mão-de-obra barata para trabalhar nas fábricas.
Sempre com o objetivo de aumentar os lucros, o empresário industrial pagava o menor salário possível, enquanto explorava ao máximo a capacidade de trabalho dos operários. Em diversas indústrias, a jornada de trabalho ultrapassava 15 horas diárias.

Os salários eram tão reduzidos que mal davam para comprar a Alimentação de uma única pessoa.
Para sobreviver, o operário era obrigado a trabalhar com toda a sua família nas fábricas, inclusive mulheres e crianças de até seis anos.

Além de tudo isso, as fábricas tinham péssimas instalações, que prejudicavam a saúde do trabalhador. Num relatório apresentado ao parlamento britânico em 1833, apurou-se, por exemplo, que nas fábricas antigas e pequenas o ambiente é de sujeira, pouca ventilação, falta de banheiros e vestiários, ausência de exaustores para a poeira. Alguns tetos são tão baixos que se torna difícil permanecer em pé. Nessas fábricas, existem crianças trabalhando o mesmo numero de horas que os adultos. Os efeitos provocados por essa longa jornada de trabalho são: deformação permanente da constituição física, aquisição de doenças incuráveis (. . .)

Toda essa terrível exploração do trabalho humano acabou gerando lutas entre operários e empresários. Houve casos de grupos de operários que, armados de porretes, atacaram as fábricas, destruindo suas máquinas. Para eles, as máquinas representavam a miséria, os salários de fome e a opressão das fabricas. Percebeu-se, depois, que a luta do movimento operário não devia ser dirigida contra a máquina, mas contra o sistema de injustiças criado pelo capitalismo industrial. Surgiram então os sindicatos operários, que iniciaram a luta por melhores salários e condições de vida para o trabalhador.

Principais efeitos da Revolução Industrial

Ao lado das consequências sociais já apontadas vamos destacar alguns dos principais efeitos da Revolução Industrial:
• Urbanização: as cidades cresceram em função da concentração de indústrias e da grande massa de trabalhadores. A população urbana aumentou rapidamente. Na Inglaterra, por exemplo, o numero de habitantes subia num ritmo suave desde 1500. A partir de 1750, no entanto, houve verdadeiro salto populacional. De 6,5 milhões de habitantes em 1750, a população aumentou para 16,3 milhões em 1801, e 27,5 milhões em 1851.

• Divisão do trabalho: visando aumentar a produtividade industrial, o trabalho do operário foi subdividido nas fabricas em múltiplas operações, dando origem as linhas de montagem. O operário perdia a noção de conjunto do processo produtivo. Dividindo o trabalho também se dividia o saber do trabalhador. A divisão do saber conduziu a especialização das tarefas e a alienação* do trabalhador em relação ao processo global.
* Alienação: afastamento, separação, distanciamento; por extensão, significa também ignorância. Falta de conhecimento.

• Produção em série: as linhas de operação e de montagem existentes nas fábricas trabalhavam para realizar uma produção em série do mesmo artigo. O aumento da produção em série colaborou para igualar e massificar O gosto dos compradores dos produtos industriais.
• Desenvolvimento dos transportes e da comunicação: a Revolução Industrial contribuiu diretamente para O progresso dos meios de transporte e de comunicação, sem os quais seria impossível vender produtos industrializados no mercado todo. Constituíram momentos significativos do progresso dos transportes e das comunicações as invenções do navio a vapor, da locomotiva e do telegrafo.

 
PROGRESSO DOS TRANSPORTES E DAS COMUNICAÇÕES
DURANTE A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
TRANSPORTES COMUNICAÇÕES

ANO
CONTRIBUIÇÃO
RESPONSÁVEL
ANO
CONTRIBUIÇÃO
RESPONSÁVEL
1834
Motor elétrico
Jacobi
1837
Telegrafo
Morse
1867
Dínamo
Siemens
1839
Maquina fotográfica
Daguerre
1885
Automóvel
Daimler/Benz
1861/76
Telefone
ReislBell Gray
1897
Motor diesel
Diesel
1877
Fonógrafo Edison
Edison
1903/04
Avião
Irmãos Wrigts/ Santos Dumont
1895
Projetor de cinema
Lumiere
1897
Telegrafo sem fios
Marconi

Obs.: A história das invenções e uma sucessão de desenvolvimentos tecnológicos, não existindo invento que não se possa ligar a contribuições anteriores e posteriores.

A REAÇÃO IDEOLÓGICA A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

As teorias econômicas e sociais desde David Ricardo a Karl Marx
Os efeitos do rápido processo de industrialização logo repercutiram por toda a sociedade. Crescia o número de operários pobres que reclamavam, através dos sindicatos, condições dignas de trabalho. Insensível as reivindicações dos trabalhadores, a burguesia industrial só pensava em aumentar seus lucros e enriquecer.

Essa realidade provocou o surgimento de varias ideologias. Algumas tinham o objetivo de justificar a organização da nova sociedade industrial capitalista. Outras, identificadas com os interesses dos trabalhadores, denunciavam a exploração da burguesia e pregavam uma sociedade mais livre e justa.

O liberalismo econômico

Entre as teorias que justificavam a sociedade industrial capitalista destacou-se o liberalismo econômico, cujos principais representantes foram, além de Adam Smith, Thomas Malthus (1766-1834) e David Ricardo (1772-1823).
Thomas Malthus escreveu o Ensaio sobre os princípios da população. Nessa obra afirma que a miséria dos trabalhadores era consequência de uma lei da natureza (a burguesia não tinha culpa de nada). Para Malthus, devido a paixão entre os sexos, a população crescia em progressão geométrica, enquanto as fontes de alimentos e manutenção aumentavam em progressão aritmética. Concluía, então, que os pobres deviam parar de fazer filhos. Quer dizer, a solução que ele dava para a pobreza era simplesmente reduzir o aumento de nascimentos de pessoas pobres.

David Ricardo, em sua obra Princípios de economia política, afirmava que o trabalho deveria ser encarado como uma mercadoria qualquer, sujeita a lei da oferta e da procura. Se havia muita oferta de trabalho, o preço dessa mercadoria diminua, resultando nos baixos salários. Não cabia ao Estado ou aos sindicatos exigir aumentos de salários contrários a essa lei.
Assim David Ricardo procurava justificar os salários de fome e a exploração dos trabalhadores. A burguesia industrial não era culpada pela miséria dos operários. Tudo se explicava pelas leis de mercado, pela lei da oferta e da procura.

O socialismo

Entre as teorias que criticavam a exploração dos trabalhadores e as injustiças da sociedade industrial destacou-se o socialismo.
Vejamos as duas principais correntes socialistas: a utópica e a científica.

O socialismo utópico

Pela expressão socialismo utópico ficaram conhecidas as primeiras correntes socialistas, formuladas por homens como Saint-Simon, Charles Fourier, Pierre Proudhon e Robert Owen.
Saint-Simon (1760-1825) criticou o liberalismo econômico e a desumana exploração dos trabalhadores realizada pelos proprietários capitalistas. Pregava a extinção das diferenças de classe e a construção de uma sociedade em que cada pessoa ganhasse de acordo com o real valor de seu trabalho.

Fourier (1772-1837) imaginou uma sociedade harmoniosa de indivíduos vivendo em comunidades (falanstérios) livres. Todos poderiam se dedicar a produção industrial ou agrícola. Dependendo da decisão democrática de seus membros.

Proudhon (1804-1865) afirmava que a propriedade privada era um roubo, sendo mantida ria base da exploração do trabalho alheio. Pregava a igualdade e a liberdade para todos os indivíduos, que viveriam numa sociedade harmônica, sem a força do Estado.
Owen (1771-1852) pregou a organização da sociedade em comunidades cooperativas (trade - unions) compostas por operários, em que Cada um receberia de acordo com as suas horas efetivas de trabalho.

Socialismo cientifico

Pensadores Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) desenvolveram o que eles mesmos chamaram de socialismo cientifico. Por que científico? Porque se baseava numa analise histórico - filosófica da sociedade e não apenas em ideais de justiça social.
Vejamos algumas ideias do socialismo cientifico, ou simplesmente marxismo:

• A dialética: A natureza e a sociedade passam por um processo de permanente evolução. Esse processo e dialético, isto é, move-se pela luta de forças contrárias (o positivo e o negativo, a vida e a morte, o explorado e o explorador, o amor e o ódio etc.), Essa luta promove mudanças quantitativas e qualitativas na realidade.

• O modo de produção: Toda sociedade possui uma base material (estrutura) representada pelas forças de produção econômica e pelas relações sociais de produção. Isso representa o modo de produção da vida material da sociedade. Esse modo de produção condiciona, de maneira geral, a vida social, política e intelectual. Assim, para Marx, não e a consciência dos homens que determina sua existência, mas, ao contrário , é a sua existência social que determina a sua consciência.

• A luta de classes: Em termos sociais, o motor da história humana e a luta de classes. Essa luta só terminaria com o aparecimento da sociedade comunista perfeita. Nela desaparecia a exploração de classes e as injustiças sociais.

Entre as principais obras dos fundadores do marxismo podemos citar: Contribuição a crítica da economia política (1859), Manifesto comunista (1848) e o capital, de Marx (cujo primeiro volume foi publicado em 1867).

O manifesto comunista

Eis um pequeno trecho do Manifesto comunista, elaborado por Karl Marx e Friedrich Engels e publicado em 1848:
A história de todas as sociedades que existiram ate nossos dias tem sido a história das lutas de classes.

Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor e servo, mestre de corporação e oficial, numa palavra, opressores e oprimidos, em constante oposição, tem vivido numa guerra ininterrupta, ora franca, ora disfarçada; uma guerra que terminou, sempre, ou por transformação revolucionaria da sociedade inteira ou pela destruição das suas classes em luta.
A sociedade burguesa moderna, que brotou das ruínas da sociedade feudal, não aboliu os antagonismos de classes. Não fez senão substituir velhas classes, velhas condições de opressão, velhas formas de luta por outras novas. (....) A sociedade divide-se cada vez mais em duas grandes classes diametralmente opostas: a burguesia e o proletariado.

Todos os movimentos históricos tem sido, até hoje, movimentos de minorias ou em proveito de minorias. O movimento proletário e o movimento espontâneo da imensa maioria, em proveito da maioria.
Proletários de todos os países, uni-vos.

O pensamento social-cristão

Uma série de pensadores cristãos, como Robert Lamennais, Adolph Wagner, J. D. Maurice e outros, procuraram lançar apelos as classes dominantes a fim de que fossem aliviados os sofrimentos das classes trabalhadoras.
Nasceu assim o chamado socialismo cristão, uma tentativa de aplicar os ensinamentos evangélicos de amor e de respeito ao próximo aos problemas sociais gerados pela industrialização.

Em 1891, O papa Leão XIII promulgou a encíclica Rerum novarum, em que expunha o pensamento social católico. Reconhecia o direito a propriedade privada e rejeitava a teoria marxista. Condenava, entretanto a ganância capitalista e a exploração desumana do trabalho.
Leão XIII propunha que os empregadores reconhecessem os direitos fundamentais do empregado, tais como: limitação das horas de trabalho, descanso semanal, estabelecimento sa1ários dignos etc.

A encíc1ica recomendava também a intervenção do Estado para melhorar as condições de vida dos trabalhadores nos setores de habitação e de saúde.

Rerum novarum

A encíclica Rerum novarum, do papa Leão XIII, publicada em 1891, e um importante marco da doutrina social católica.
Vejamos um pequeno trecho dessa encíclica:

O trabalho material (...), longe de ser causa de vergonha, honra O homem, porque representa um meio nobre de manutenção da vida. O que é vergonhoso e desumano é a exploração do homem como mesquinho instrumento de lucro. Entre os principais de veres do patrão, destaca- se, em primeiro lugar, O de dar a cada trabalhador o salário que lhe compete. Para fixar o salário por critérios justos, ha numerosos aspectos a serem considerados; entretanto, de modo geral, o patrão deve lembrar-se de que explorar a miséria e a pobreza dos trabalhadores e especular sobre sua indigência são coisas condenadas pelas leis divinas e humanas.

As máquinas

O primeiro ramo da indústria a se utilizar de máquinas foi o da fiação e tecelagem de algodão, ramo industrial que ofereceu grande fascínio sobre o empresariado inglês por três razões principais:
• o algodão, produzido em grandes quantidades no Oriente e no sul dos Estados Unidos, era relativamente barato;

• os tecidos de algodão vinham sendo cada vez mais procurados em todo o mundo, tendo, inclusive, grande aceitação nas colônias;
• inexistência de leis que dificultassem o progresso desse ramo da indústria, ao contrário do que ocorreu com a indústria de tecidos de lã, sobre a qual pesava uma legislação complexa.

Estimulados por esses três fatores, os capitalistas passaram a oferecer recompensa em dinheiro para quem inventasse máquinas que superassem os velhos processos de fiar e tecer.
Em 1767, um carpinteiro chamado James Hargreaves inventou a spinning-jenny, uma roda de fiar que produzia oito ou mais fios ao mesmo tempo. Dois anos depois, Richard Arkwright inventou a water-frame, uma máquina de fiar hidráulica mais rápida que a jenny e que produzia fios de boa qualidade. Tais fios, porém, eram grossos e só possibilitavam a fabricação de tecidos inferiores aos produzidos pelos artesãos hindus.

Em 1779, Samuel Crompton solucionou esse problema inventando uma máquina que, reunindo elementos das máquinas anteriores, fabricava fios resistentes e finos com os quais tornou-se possível fazer tecidos leves. Pouco tempo depois, outra inovação, desta vez no campo da tecelagem: Cartwright inventou o tear mecânico, cuja capacidade de produção é muitas vezes maior que a do tear normal.
Em 1782, James Watt aperfeiçoou a máquina a vapor, considerada um dos maiores inventos do início da Revolução Industrial.

A partir desse acontecimento, tornou-se possível substituir a energia humana pela energia a vapor não só na fabricação de tecidos mas também em inúmeros outros ramos da indústria.
Como a utilização do vapor exigia máquinas construídas com ferro, aperfeiçoaram-se os métodos da fundição desse metal e, com isso, a indústria siderúrgica cresceu extraordinariamente.

Tais avanços no campo da técnica industrial e na área siderúrgica propiciaram uma revolução nos meios de transporte: a invenção do barco a vapor (1807) e da locomotiva (1814). Essas inovações diminuíram o tempo, os riscos e os custos das viagens, contribuindo de modo decisivo para ampliar os mercados e dar enorme impulso à industrialização.

Efeitos da Revolução Industrial

Com a Revolução Industrial, verificou-se a consolidação do capitalismo (sistema de produção que se baseia no trabalho assalariado), e formaram-se dois novos grupos sociais: a burguesia industrial e o operariado, cujos interesses eram, muitas vezes, contrários.
Ocorreu, também, um aumento crescente da divisão do trabalho: cada trabalhador passou a executar apenas uma das inúmeras tarefas do processo de produção. Nascia, assim, a chamada linha de montagem. Esse parcelamento cada vez maior do trabalho era vantajoso para o capitalista que, com isso, obtinha mais produtos num número menor de horas. Era, porém, desvantajoso para o operário, que perdia o conhecimento e o controle do processo de produção como um todo. Afinal, ao ser expropriado do saber que antes possuía, sobrou-lhe apenas a força de trabalho, pela qual, na época, o capitalista pagava um preço irrisório.

Registrou-se, ainda, o advento da estrada de ferro e a evolução dos meios de transporte (locomotiva, navio a vapor) e das comunicações (telégrafo, telefone, projetor de filmes e outros).
Ao mesmo tempo, pôde-se notar um aumento extraordinário da população mundial que, de 600 milhões de habitantes em 1750, saltou para 1 bilhão e 200 mil em 1850. Somente na Inglaterra, a população quase triplicou nesse período.

Passando a abrigar um número cada vez maior de fábricas e operários, as cidades cresceram de modo vertiginoso. Entre 1831 e 1841, a população de Londres aumentou em 130 mil pessoas, ocorrendo algo semelhante em outras grandes cidades como Paris, Viena e Berlim.

O cotidiano do operariado

Todavia, nessas cidades, a vida dos operários era muito diferente da dos industriais. En-quanto a burguesia industrial investia, consumia e lucrava cada vez mais, colhendo os melhores frutos dessa modernização, o operariado era submetido a péssimas condições de vida e de trabalho.
Os operários-- homens, mulheres e crianças - trabalhavam de 14 a 18 horas por dia, com apenas uma ou duas pausas, rigorosamente controladas. Os horários eram impostos por meio de multas e ameaças. As crianças eram surradas por qualquer brincadeira, atraso ou erro no trabalho.

Mulheres e crianças a partir de 6 anos muitas delas tiradas de orfanatos - recebiam menos da metade do salário de um homem, por isso eram a mão-de-obra preferida dos empregadores.
O ambiente nas fábricas era sujo, mal-iluminado, sem ventilação adequada e havia falta de banheiros e refeitórios. A iluminação a gás, instalada nas fábricas no início do século XIX, permitiu que o empresário obrigasse seus operários a trabalharem muitas horas depois do sol se pôr.

Como os salários mal davam para alimentar uma só pessoa, as famílias operárias eram obrigadas a viver em cômodos minúsculos, úmidos e mal-ventilados, o que contribuía para que fossem as principais vítimas do cólera e do tifo, doenças que castigavam a Europa com freqüência naquela época.

Essa realidade, típica das maiores cidades da Inglaterra na primeira metade do século XIX, reproduziu-se em todos os centros urbanos dos países para os quais a Revolução Industrial foi se propagando.

O movimento operário

Reagindo à rotina diária e às péssimas condições de vida a que estavam submetidos, os operários se uniram para lutar contra essa realidade.
Uma de suas primeiras reações foi o ataque e a destruição de máquinas. Esse movimento espontâneo do operariado ocorreu na segunda década do século XIX e ficou conhecido como ludismo, pois um de seus líderes chamava-se Ned Ludd.

Posteriormente, refletindo melhor sobre a situação em que se encontravam, os operários passaram a reagir com greves e passeatas, organizadas por suas associações, as trade-unions.
Embora tivessem sido reprimidas violentamente pelo governo, tais associações reuniram um número cada vez maior de operários, fortaleceram-se e evoluíram com o nome de sindicatos.

Com o objetivo de ampliar a sua participação política, em 1838, trabalhadores ingleses redigiram a Carta do Povo, um documento por meio do qual exigiam o voto secreto e universal e a participação de representantes da classe trabalhadora no Parlamento. Essa manifestação operária ganhou milhares de adeptos em poucos meses e deu origem ao chamado movimento cartista.
O governo inglês negou-se a atender às exigências do movimento cartista e deu ordens para que a polícia reprimisse duramente as greves e os tumultos que explodiram logo após a sua recusa.

O movimento operário, entretanto, continuou crescendo e pressionando as autoridades.
Em fins do século XIX, finalmente, os governos dos países industrializados viram-se forçados a promulgar uma série de leis trabalhistas, dentre as quais cabe destacar: redução da jornada de trabalho para 10, 9 ou 8 horas; regulamentação do trabalho da mulher e do menor (proibiu-se, por exemplo, o trabalho para menores de 14 anos); salário mínimo; descanso semanal; férias; aposentadoria; direito de greve e legalização dos sindicatos.

As novas doutrinas sociais
Vários pensadores procuraram respostas para os graves problemas sociais decorrentes da Revolução Industrial. Tendo por bases suas ideias, podemos reuni-los em dois grandes grupos.
Um deles - identificado com os interesses das camadas burguesas - elaborou teorias que justificavam a exploração do trabalho humano e a pobreza existentes na nova sociedade industrial capitalista. Fazem parte desse grupo os adeptos do liberalismo econômico.

O outro - olhando a realidade do ponto de vista dos trabalhadores - formulou teorias que criticavam frontalmente o capitalismo e propunham novas formas de organização da sociedade. Nesse grupo estão os socialistas e os anarquistas.

O pensamento dos liberais e o de seus maiores opositores, os socialistas e os anarquistas.
O liberalismo econômico

Os pensadores liberais defendiam o livre-comércio entre países, a não intervenção do Estado na economia e a livre concorrência que, na opinião deles, serviria para eliminar os incompetentes e forçar a queda de preços.
Os principais defensores do liberalismo econômico foram: Adam Smith, Thomas Malthus (1766-1834) e David Ricardo (1772-1823).

Thomas Malthus escreveu o Ensaio sobre o Princípio da População. Nessa obra, ele diz que a população tende a crescer em progressão geométrica, enquanto a produção de alimentos aumenta em progressão aritmética. E que, portanto, o problema da pobreza é impossível de ser resolvido. Assim, a única forma de se evitar catástrofes seria negar assistência social aos pobres e orientá-los no sentido de controlar a natalidade.
David Ricardo, autor de Princípios de Economia Política e Tributação, afirmava que os salários sempre tendem a ser equivalentes ao mínimo necessário à sobrevivência do trabalhador. Pois, caso ultrapassassem esse limite, os operários teriam mais filhos, o que aumentaria a oferta de mão-de-obra e faria com que os salários voltassem a baixar. Tomando por base esse pensamento, os salários baixos e a pobreza são consequência de uma lei natural - a lei da oferta e da procura - e, portanto, não há como se opor a essa situação.

O socialismo cristão
O precursor do pensamento social-cristão foi o sacerdote francês Robert Lamennais (1782-1854), que propunha a prática dos ensinamentos cristãos, especialmente do amor, da cooperação e do respeito entre as pessoas, como solução para os problemas sociais gerados pela nova sociedade industrial.

Agindo assim, ele lançou as bases do chamado socialismo cristão, doutrina social que ataca tanto a exploração capitalista quanto o marxismo e propõe a urgente "humanização" do capitalismo.
Essa doutrina ganhou impulso e consistência em 1891, com a publicação da encíclica Rerum Novarum, do papa Leão XIII. Nela, o papa se colocou a favor da reforma agrária, da existência de associações operárias autênticas e de leis que assegurassem salários dignos e jornadas de trabalho menos extenuantes. Ele considerava que "as classes não são por natureza hostis entre si" e que, por isso, deveria haver colaboração entre patrões e empregados.

O anarquismo

O anarquismo teve entre seus principais representantes Mikhail Bakunin (1814-1876).
Os pensadores anarquistas, assim como os socialistas, criticavam duramente a divisão de classes, a exploração do trabalhador, bem como o fato de os meios de produção estarem concentrados nas mãos de um pequeno número de pessoas. Eles acreditavam que somente numa sociedade em que houvesse, de fato, igualdade as pessoas poderiam desenvolver plenamente as suas potencialidades.

Mas, enquanto os marxistas propunham o controle do Estado pelos trabalhadores, até que as desigualdades sociais fossem eliminadas, os anarquistas defendiam a imediata destruição do Estado, pois, por princípio, eram contrários à existência de qualquer tipo de governo. Vale lembrar que a palavra anarquia é de origem grega e significa "ausência de poder".
Russo Mikhail Bakunin criticava o marxismo ao afirmar que, "ao tomar o poder, o grupo que representasse os trabalhadores se converteria numa minoria privilegiada (...) de ex-trabalhadores que, uma vez transformados em governantes, passariam a representar não o povo, mas a si mesmos e seus pretensos direitos de governar o povo" (Citado por Mavin Perry. Civilização ocidental; uma história concisa, p. 555.).

Os ideais anarquistas, além de se propagarem pela Europa e por várias partes do mundo, penetraram no Brasil trazidos pelos imigrantes europeus e influenciaram fortemente o movimento operário brasileiro, nas primeiras décadas do século XX.

Como nasce uma invenção?
Uma invenção não nasce apenas do talento e do esforço de um indivíduo, mas do desempenho de vários, pois um invento sempre está de alguma forma relacionado ao anterior. Uma invenção também não nasce por acaso. Surge do empenho de pessoas que procuram respostas para as necessidades sociais de seu tempo.

O operário contra a máquina
A invenção das máquinas provocou reação imediata dos trabalhadores que perceberam o perigo do desemprego e da miséria. Eles reagiram organizando grupos com a finalidade de destruir as máquinas. A primeira lei contra os "quebradores de máquinas" foi promulgada em 1769, punindo-os com a pena de morte. Mesmo assim, os motins continuaram, conforme relata o industrial Josiah Wegwood:

"Ao virmos para cá (Bolton) encontramo-nos na estrada com uma turma de várias centenas de homens. Creio que passavam de 500, e como lhes perguntamos por que razão se encontravam reunidos em tão grande número, disseram que acabavam de destruir algumas máquinas e tinham intenção de fazer outro tanto em todo país.
No mesmo dia, nas primeiras horas da tarde, uma grande fábrica situada em Crosley foi atacada por eles. O chefe da fábrica pôde, com ajuda de vizinhos, rechaçar o ataque e salvar a fábrica por esta vez. Dois dos assaltantes morreram no lugar. Aquela gente se exaltou e jurou vingar-se. Assim, pois, passaram o domingo e a manhã de segunda reunindo fuzis e munições. Mineiros se juntaram então a eles e mais outros operários, tantos que seu número chegou, segundo disseram, a 8.000 homens. Estes marcharam, com toque de tambores e com bandeiras despregadas, até a fábrica de onde haviam sido rechaçados no sábado. Acharam ali sir Richard Clyton à frente de uma guarda de 50 inválidos. Que podia fazer com um punhado de homens contra esses milhares enraivecidos? Tiveram que retirar-se e desempenhar o papel de espectadores, enquanto a multidão destruía de cima a baixo máquinas avaliadas em mais de 10.000 libras. Na terça pela manhã, ouvimos seus tambores a uma distância de duas milhas, pouco antes de abandonar Bolton. Sua intenção declarada era apoderar-se da cidade, depois de Manchester, Stockport, e daí marchar para Cromford para destruir as máquinas não só nestes lugares como em toda a Inglaterra".

(Citado em Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (CENP). Coletânea de documentos históricos para o 1º grau: 5ª a 8ªséries, p. 85.)
Locomoção, industrialização e disciplina.
Em 1793, restabeleceu-se na Inglaterra a liberdade de locomoção para os pobres (esta tinha sido proibida por uma lei de 1662). Famintos e miseráveis, expulsos de suas terras, puderam se dirigir também às indústrias, com perspectivas de salários regulares. A chegada à indústria de trabalhadores de origem agrícola é um fenômeno histórico inseparável do fenômeno da industrialização.

Tendo conseguido um número suficiente de trabalhadores, os capitalistas passaram a se preocupar em ensiná-los a trabalhar no ritmo exigido por eles (...)
Então, os trabalhadores foram reunidos em locais de trabalho fixo, nem sempre em condições de recebê-los. Nestes locais, dava-se a cada operário uma determinada quantidade de trabalho, a ser entregue num prazo pré-fixado.

Para se conseguir deles constância (regularidade), criaram-se multas e leis em favor do empregador. A mais famosa dessas leis foi aquela conhecida como a Lei do Senhor e Empregado. Ela permitia o encarceramento do operário que abandonasse o trabalho, e o pagamento de um salário tão pequeno que obrigava o operário a trabalhar sem parar - a semana inteira - para obter o mínimo de sobrevivência. Só se parava aos domingos, dia de orar ao Senhor, de agradecer a Deus a tirania do relógio, a divisão da vida em minutos, a batida regular da máquina e uma vida disciplinada e controlada pelo capitalista. Uma vida urbana impregnada de fumaças e imundícies, sem serviços públicos básicos, repleta de doenças respiratórias ou intestinais. (...)
Daí as ondas de desespero que assolaram a Inglaterra na primeira metade do século XIX, e o crescimento das ideias, entre os trabalhadores, dos sindicatos gerais e de "greve geral". Ideias desenvolvidas por famintos numa Inglaterra podre e rica.
(Letícia Bicalho Canêdo. A Revolução Industrial, pp. 54-56. Texto adaptado.)

BIBLIOGRAFIA
Boulos Junior, Alfredo
Historia geral: moderna e contemporânea, v. 2/Alfredo Boulos Junior. –
Ed. Renovada. –São Paulo: FTD, 1997.

A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Vítimas do cólera e do tifo, doenças que castigavam a Europa com frequência naquela época.
Essa realidade, típica das maiores cidades da Inglaterra na primeira metade do século XIX, reproduziu-se em todos os centros urbanos dos países para os quais a Revolução Industrial foi se propagando.

O movimento operário
Reagindo à rotina diária e às péssimas condições de vida a que estavam submetidos, os operários se uniram para lutar contra essa realidade.

Uma de suas primeiras reações foi o ataque e a destruição de máquinas. Esse movimento espontâneo do operariado ocorreu na segunda década do século XIX e ficou conhecido como ludismo, pois um de seus líderes chamava-se Ned Ludd.
Posteriormente, refletindo melhor sobre a situação em que se encontravam, os operários passaram a reagir com greves e passeatas, organizadas por suas associações, as trade-unions.

Embora tivessem sido reprimidas violentamente pelo governo, tais associações reuniram um número cada vez maior de operários, fortaleceram-se e evoluíram com o nome de sindicatos.
Com o objetivo de ampliar a sua participação política, em 1838, trabalhadores ingleses redigiram a Carta do Povo, um documento por meio do qual exigiam o voto secreto e universal e a participação de representantes da classe trabalhadora no Parlamento. Essa manifestação operária ganhou milhares de adeptos em poucos meses e deu origem ao chamado movimento cartista.

O governo inglês negou-se a atender às exigências do movimento cartista e deu ordens para que a polícia reprimisse duramente as greves e os tumultos que explodiram logo após a sua recusa.
O movimento operário, entretanto, continuou crescendo e pressionando as autoridades.

Em fins do século XIX, finalmente, os governos dos países industrializados viram-se forçados a promulgar uma série de leis trabalhistas, dentre as quais cabe destacar: redução da jornada de trabalho para 10, 9 ou 8 horas; regulamentação do trabalho da mulher e do menor (proibiu-se, por exemplo, o trabalho para menores de 14 anos); salário mínimo; descanso semanal; férias; aposentadoria; direito de greve e legalização dos sindicatos.

As novas doutrinas sociais

Vários pensadores procuraram respostas para os graves problemas sociais decorrentes da Revolução Industrial. Tendo por bases suas ideias, podemos reuni-los em dois grandes grupos.
Um deles - identificado com os interesses das camadas burguesas - elaborou teorias que justificavam a exploração do trabalho humano e a pobreza existentes na nova sociedade industrial capitalista. Fazem parte desse grupo os adeptos do liberalismo econômico.

O outro - olhando a realidade do ponto de vista dos trabalhadores - formulou teorias que criticavam frontalmente o capitalismo e propunham novas formas de organização da sociedade. Nesse grupo estão os socialistas e os anarquistas.
seguir, de modo resumido, apresentaremos o pensamento dos liberais e o de seus maiores opositores, os socialistas e os anarquistas.

Surge o relógio

No século XV surgiu na Europa um instrumento que representava muito bem o passar do dia: o relógio. De início, ele despertou muita desconfiança. Ninguém queria se submeter a uma máquina. A luz e os sinos dividiam muito sabiamente o dia e a noite.
Era impossível comparar todos os dias do ano. No verão mais luz, no inverno mais escuridão. E o relógio estranhamente dividia o dia do homem medieval em 24 partes iguais, em qualquer estação do ano.

O crescimento das cidades e do comércio favoreceu a organização de uma vida ritmada, marcada pelas horas. O trabalho na cidade não precisava seguir o fluxo da natureza.

As corporações de ofício intensificavam a produção de utensílios que eram negociados nas vilas e cidades. Para produzi-los, o trabalho centrado nas vilas e cidades medievais dispensava o ritmo da natureza.

Crescia a importância do relógio.
Ganhar ou perder tempo são expressões típicas da sociedade moderna. Pensar que o tempo que o tempo é dinheiro só faz sentido em sociedades industrializadas em que o homem pode vender seu tempo de trabalho ao dono da empresa. (...)

Felizmente nem sempre o tempo representou dinheiro. Antes do século XV, na Idade Média ninguém se preocupava em medir matematicamente o tempo. Ninguém precisava ter pressa, pois não faria nada além do que Deus havia determinado. Trabalhando muito ou pouco, o servo continuaria sendo servo e o senhor, senhor.Transcrito de História &Vida integrada: Nelson Piletti, Claudino Piletti — São Paulo: Atica 2005 - texto de Janice Teodoro da Silva.

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